É tarefa árdua falar em poucas palavras sobre uma pessoa que admiramos. Já foi dito alguma vez que Inácio de Loyola é o tipo de santo que a gente demora a conhecer, mas conforme o vamos descobrindo ele vai nos conquistando até chegar a nos cativar. Isto aconteceu comigo. Vou trazer para vocês a frase com que um jesuíta anônimo resumiu o espírito do santo, no ano de 1640, quando se comemorava o primeiro centenário da fundação da Companhia de Jesus. Non coerceri a maximo, contineri tamen a minimo, hoc divinum est. Traduzido seria algo assim como: não ter limites nas coisas grandes dando atenção às mais pequenas é algo divino. Em outras palavras, é admirável a pessoa que sonha alto, porém, se mantém capaz de dar atenção ao mais pequeno.
Esta é uma caraterística típica do caráter, da espiritualidade e da obra de Inácio de Loyola. Temperamento, educação e circunstâncias da vida moldaram seu modo de ser. No que diz respeito à sua espiritualidade basta observar como, na sua apresentação da contemplação da Encarnação de Jesus, ele desce do universal ao particular, isto é, das alturas da Trindade até o ponto concreto da pequena Nazaré. Contemplando as três pessoas divinas, Inácio nos convida a ver as pessoas humanas, “umas após outras, na face da Terra, em tanta diversidade de roupas e de fisionomias, uns brancos, outros negros; uns em paz, outros em guerra; uns chorando, outros rindo; uns sãos, outros enfermos; uns nascendo, outros morrendo”. A Trindade decide salvar o gênero humano e, com Inácio descemos até um ponto concreto, Nazaré, onde encontramos uma jovem simples chamada Maria.
A vida de Inácio também está marcada por esta dupla visão ou contraste. O peregrino que sonhava percorrer o mundo, uma vez eleito superior geral da Ordem dos Jesuítas, passou os 16 anos que lhe restaram de vida no pequeno quarto de Roma, desde onde enviava e acompanhava seus companheiros missionários pelos caminhos da Europa, Índia ou Brasil.
O segredo desta visão universal unida ao senso da realidade concreta tem a sua última raiz na sua experiência de Deus. Estando o recém convertido Inácio dedicado à oração na cova de Manresa, ele teve um período de ilustrações que, conforme ele mesmo confidenciou no seu Relato do Peregrino, “entendia e conhecia muitas coisas, tanto em assuntos espirituais como nos de fé e letras e ... lhe pareciam todas coisas novas”; “lhe parecia como se fosse outro homem e tivesse outra inteligência e não a que tinha antes”. Foi esta luz recebida que lhe fez sentir como todas as coisas brotam de Deus como fonte e a ele estão chamadas de volta. Foi um contemplativo não só na oração, mas também na ação pois captou claramente, e sempre unidos, Deus e mundo, Criador e criatura, mostrando assim que, com olhar de fé, estamos chamados a encontrar Deus presente em todas as coisas, pessoas e situações. Um Deus sempre maior que habita em toda criatura, em cada um de nós trabalha, age e deseja se comunicar nos revelando seu amor.
Eu penso que Santo Inácio traz para nós, que vivemos num mundo tão fragmentado, uma mensagem de harmonia, de síntese e de comunhão. Como é importante hoje esse toque pessoal e gratuito no relacionamento humano familiar e profissional. Tirar a pessoa do anonimato, do utilitarismo e da rotina. Inácio une Deus e mundo; contemplação e ação; experiência pessoal e organização metódica; razão e afeto; obediência amorosa e liberdade. Não é por acaso que tantos companheiros de Inácio foram, ao mesmo tempo, homens de fé e dedicados estudiosos, cientistas, poetas e artistas. Mateus Ricci na China, José de Anchieta no Brasil, as Reduções do Paraguai, Teilhard de Chardin e os mártires de El Salvador são apenas alguns exemplos da herança inaciana. É que lá no fundo mais profundo do ser humano, cada um de nós comunga com o universo todo e com Alguém que está por trás dele
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Homens a Luz de Deus.
Aleluia! Tu é abênçoado, e a sua Graça ja estar sendo preparada por Jesus, chegará em uma boa hora, pois ele conhece o teu coração e seus problemas, ele sofre com vc, ele se alegra com vc, mais aquele seu desejo, será agora atendido, espere que um anjo trará sua Graça, apenas agradeça ao Senhor e assim que receber, fale em seu pensamento. AMEM !
2011/04/11
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2011/04/11
Inácio, o místico pragmático
É tarefa árdua falar em poucas palavras sobre uma pessoa que admiramos. Já foi dito alguma vez que Inácio de Loyola é o tipo de santo que a gente demora a conhecer, mas conforme o vamos descobrindo ele vai nos conquistando até chegar a nos cativar. Isto aconteceu comigo. Vou trazer para vocês a frase com que um jesuíta anônimo resumiu o espírito do santo, no ano de 1640, quando se comemorava o primeiro centenário da fundação da Companhia de Jesus. Non coerceri a maximo, contineri tamen a minimo, hoc divinum est. Traduzido seria algo assim como: não ter limites nas coisas grandes dando atenção às mais pequenas é algo divino. Em outras palavras, é admirável a pessoa que sonha alto, porém, se mantém capaz de dar atenção ao mais pequeno.
Esta é uma caraterística típica do caráter, da espiritualidade e da obra de Inácio de Loyola. Temperamento, educação e circunstâncias da vida moldaram seu modo de ser. No que diz respeito à sua espiritualidade basta observar como, na sua apresentação da contemplação da Encarnação de Jesus, ele desce do universal ao particular, isto é, das alturas da Trindade até o ponto concreto da pequena Nazaré. Contemplando as três pessoas divinas, Inácio nos convida a ver as pessoas humanas, “umas após outras, na face da Terra, em tanta diversidade de roupas e de fisionomias, uns brancos, outros negros; uns em paz, outros em guerra; uns chorando, outros rindo; uns sãos, outros enfermos; uns nascendo, outros morrendo”. A Trindade decide salvar o gênero humano e, com Inácio descemos até um ponto concreto, Nazaré, onde encontramos uma jovem simples chamada Maria.
A vida de Inácio também está marcada por esta dupla visão ou contraste. O peregrino que sonhava percorrer o mundo, uma vez eleito superior geral da Ordem dos Jesuítas, passou os 16 anos que lhe restaram de vida no pequeno quarto de Roma, desde onde enviava e acompanhava seus companheiros missionários pelos caminhos da Europa, Índia ou Brasil.
O segredo desta visão universal unida ao senso da realidade concreta tem a sua última raiz na sua experiência de Deus. Estando o recém convertido Inácio dedicado à oração na cova de Manresa, ele teve um período de ilustrações que, conforme ele mesmo confidenciou no seu Relato do Peregrino, “entendia e conhecia muitas coisas, tanto em assuntos espirituais como nos de fé e letras e ... lhe pareciam todas coisas novas”; “lhe parecia como se fosse outro homem e tivesse outra inteligência e não a que tinha antes”. Foi esta luz recebida que lhe fez sentir como todas as coisas brotam de Deus como fonte e a ele estão chamadas de volta. Foi um contemplativo não só na oração, mas também na ação pois captou claramente, e sempre unidos, Deus e mundo, Criador e criatura, mostrando assim que, com olhar de fé, estamos chamados a encontrar Deus presente em todas as coisas, pessoas e situações. Um Deus sempre maior que habita em toda criatura, em cada um de nós trabalha, age e deseja se comunicar nos revelando seu amor.
Eu penso que Santo Inácio traz para nós, que vivemos num mundo tão fragmentado, uma mensagem de harmonia, de síntese e de comunhão. Como é importante hoje esse toque pessoal e gratuito no relacionamento humano familiar e profissional. Tirar a pessoa do anonimato, do utilitarismo e da rotina. Inácio une Deus e mundo; contemplação e ação; experiência pessoal e organização metódica; razão e afeto; obediência amorosa e liberdade. Não é por acaso que tantos companheiros de Inácio foram, ao mesmo tempo, homens de fé e dedicados estudiosos, cientistas, poetas e artistas. Mateus Ricci na China, José de Anchieta no Brasil, as Reduções do Paraguai, Teilhard de Chardin e os mártires de El Salvador são apenas alguns exemplos da herança inaciana. É que lá no fundo mais profundo do ser humano, cada um de nós comunga com o universo todo e com Alguém que está por trás dele
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Esta é uma caraterística típica do caráter, da espiritualidade e da obra de Inácio de Loyola. Temperamento, educação e circunstâncias da vida moldaram seu modo de ser. No que diz respeito à sua espiritualidade basta observar como, na sua apresentação da contemplação da Encarnação de Jesus, ele desce do universal ao particular, isto é, das alturas da Trindade até o ponto concreto da pequena Nazaré. Contemplando as três pessoas divinas, Inácio nos convida a ver as pessoas humanas, “umas após outras, na face da Terra, em tanta diversidade de roupas e de fisionomias, uns brancos, outros negros; uns em paz, outros em guerra; uns chorando, outros rindo; uns sãos, outros enfermos; uns nascendo, outros morrendo”. A Trindade decide salvar o gênero humano e, com Inácio descemos até um ponto concreto, Nazaré, onde encontramos uma jovem simples chamada Maria.
A vida de Inácio também está marcada por esta dupla visão ou contraste. O peregrino que sonhava percorrer o mundo, uma vez eleito superior geral da Ordem dos Jesuítas, passou os 16 anos que lhe restaram de vida no pequeno quarto de Roma, desde onde enviava e acompanhava seus companheiros missionários pelos caminhos da Europa, Índia ou Brasil.
O segredo desta visão universal unida ao senso da realidade concreta tem a sua última raiz na sua experiência de Deus. Estando o recém convertido Inácio dedicado à oração na cova de Manresa, ele teve um período de ilustrações que, conforme ele mesmo confidenciou no seu Relato do Peregrino, “entendia e conhecia muitas coisas, tanto em assuntos espirituais como nos de fé e letras e ... lhe pareciam todas coisas novas”; “lhe parecia como se fosse outro homem e tivesse outra inteligência e não a que tinha antes”. Foi esta luz recebida que lhe fez sentir como todas as coisas brotam de Deus como fonte e a ele estão chamadas de volta. Foi um contemplativo não só na oração, mas também na ação pois captou claramente, e sempre unidos, Deus e mundo, Criador e criatura, mostrando assim que, com olhar de fé, estamos chamados a encontrar Deus presente em todas as coisas, pessoas e situações. Um Deus sempre maior que habita em toda criatura, em cada um de nós trabalha, age e deseja se comunicar nos revelando seu amor.
Eu penso que Santo Inácio traz para nós, que vivemos num mundo tão fragmentado, uma mensagem de harmonia, de síntese e de comunhão. Como é importante hoje esse toque pessoal e gratuito no relacionamento humano familiar e profissional. Tirar a pessoa do anonimato, do utilitarismo e da rotina. Inácio une Deus e mundo; contemplação e ação; experiência pessoal e organização metódica; razão e afeto; obediência amorosa e liberdade. Não é por acaso que tantos companheiros de Inácio foram, ao mesmo tempo, homens de fé e dedicados estudiosos, cientistas, poetas e artistas. Mateus Ricci na China, José de Anchieta no Brasil, as Reduções do Paraguai, Teilhard de Chardin e os mártires de El Salvador são apenas alguns exemplos da herança inaciana. É que lá no fundo mais profundo do ser humano, cada um de nós comunga com o universo todo e com Alguém que está por trás dele
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