Radio Católica On-line

Homens a Luz de Deus.

Aleluia! Tu é abênçoado, e a sua Graça ja estar sendo preparada por Jesus, chegará em uma boa hora, pois ele conhece o teu coração e seus problemas, ele sofre com vc, ele se alegra com vc, mais aquele seu desejo, será agora atendido, espere que um anjo trará sua Graça, apenas agradeça ao Senhor e assim que receber, fale em seu pensamento. AMEM !

2011/04/11

4°. Dom. Quaresma

“Aquele que não se encontra com a natureza, dificilmente se encontrará consigo mesmo e com Deus”

“Pode parecer estranho que a figura de Inácio de Loyola tenha algo a nos dizer sobre ecologia.

A verdade é que a espiritualidade inaciana é muito mais integradora do que imaginamos. Inácio viveu e solidificou sua experiência de Deus de maneira unitiva, racional e afetiva. Sua relação com Deus e com a natureza se manifesta numa aplicação dos sentidos, da afetividade, como o olhar, o apalpar, o cheirar e o sentir, ajudando a interiorizar a sua experiência espiritual.

Pensar, viver e sentir os frutos espirituais só é possível numa visão de amor presente em todas as coisas. Trata-se de uma relação de amor em que não se pode separar o divino, o humano e o cósmico, pois Deus está presente em tudo e em todos” (Pe. Josafá Siqueira sj)

A experiência inaciana dos Exercícios desperta uma “atitude contemplativa” que nos impulsiona a buscar e encontrar Deus em todas as coisas da natureza e da vida humana. Para a pessoa que vive a experiência dos Exercícios, cada criatura torna-se uma revelação de Deus, uma faísca do Absoluto; tudo manifesta e revela o seu Amor; tudo pode ser lugar de encontro com o Criador.

A recomendação inaciana:“e sejam frequentemente exortados a procurar em todas as coisas a Deus nosso Senhor... amando-O em todas as coisas, e amando a todas n’Ele” (Const. 288) não significa frieza e distância da Criação, senão máximo respeito e cuidado para com as obras do Criador.
Para amar bem a todos e a tudo é preciso, antes, amar Alguém sobre todas as coisas. Pois bem, essa possibilidade é para S. Inácio fruto e manifestação da consolação divina.

Nesse sentido, a espiritualidade inaciana vai além de uma determinada experiência religiosa; ela se expressa como uma “atitude amorosa” para com a natureza e todas as criaturas.

O Universo inteiro é um imenso altar, no qual podemos contemplar a presença do Criador. A Natureza é sinfônica (harmonia de sons); estamos mergulhados num mundo formado por uma multiplicidade de notas, sons, sinais e mensagens diferentes. Formamos uma mesma realidade complexa, diversa e única. A Terra nos encanta e nos convida, constantemente, à admiração e ao cuidado.

A espiritualidade inaciana reconhece uma imanência de Deus no cosmos; há uma “divinização” do universo, enquanto Deus está presente nele. Deus está em tudo, tudo está em Deus. As criaturas existem e são sustentadas pela força criativa de Deus; Ele continua “trabalhando”, recriando, fazendo tudo novo.

A Criação, como dom recebido de Deus, situa-se no plano de uma “sacralidade” fundamental.

O Universo é um grande sacramento e se transforma no espaço e no lugar de manifestação da divin-dade. Tudo é sagrado; a Matéria é sagrada; a Natureza é espiritual, porque é Templo de Deus.
O sagrado invade todos as aspectos da vida e da criação. Todos os lugares da mãe-Terra pelos quais caminhados são “territórios sagrados”. Segundo a Bíblia, a Terra é um jardim onde Deus tem prazer em passear. E a primeira vocação do ser humano é a de ser jardineiro, pois recebeu do Criador a missão de cuidar e preservar o paraíso.

S. Inácio vê uma bondade e uma beleza presentes em todas as criaturas. O Amor se faz presença, se faz visível e se manifesta em cada detalhe da Criação. Tudo causa admiração e encantamento. Sentimos, estre-mecemos, vibramos, nos enternecemos, ficamos encantados com a Criação e sua insondável vitalidade.

“Ao ver uma planta, uma pequena erva, uma flor, uma fruta, um pequeno verme ou qualquer outro animal, S. Inácio contemplava e levantava os olhos aos céus, penetrando no mais interior e no mais remoto dos sentidos” (Pe. Ribadeneira).

S. Inácio considera Deus “habitando” nas criaturas, dando-lhes o ser, às plantas dando-lhes o cresci-mento, aos animais a sensação, aos seres humanos o entendimento (EE. 235)

Presença operativa e de amor, porque “Deus é amor”. E sendo amor, irradia vida, graça, dom...

Como tudo está ligado umbilicalmente a Deus, é a partir de Deus que encontramos o todo. Deus penetra no coração de cada coisa e cada coisa se encontra em Deus.

O horizonte da Criação, revelado pelo “Princípio e Fundamento” e pela “Contemplação para alcan-çar amor” suscita no exercitante uma atitude sabática de adoração.

De fato, na perspectiva bíblica, o ponto alto da Criação é o Sábado a partir do qual se entende a relação e a comunhão do ser humano com a natureza, numa atitude de permanente louvor (espanto, admiração diante da beleza da Criação e da presença divina que a conduz à plenitude).

O Princípio e Fundamento expressa, portanto, uma atitude espiritual ecológica.

Na Contemplação para alcançar amor, S. Inácio leva o exercitante a perceber a íntima presença de Deus na Criação. E dela decorre uma atitude de respeito, harmonia e sintonia.

As coisas, o mundo, a natureza, os outros, eu... existimos em Deus, não isoladamente, não paralelamen-te, não superpostos... “Nossa vida está escondida com Cristo em Deus”, diz S. Paulo.

Ele é o Elo que perpassa todos os seres, divinizando-os, interligando-os, favorecendo a relação, a vida, a comunhão... rumo a horizontes cada vez mais abertos.

É a partir desse pano de fundo que podemos compreender o significado da expressão “as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o ser humano...” (EE. 23).

Nesse sentido, espiritualidade inaciana, na perspectiva ecológica, se opõe ao utilitarismo e à depreda-ção da natureza. Ela não é vista como sendo uma mediação criada só para servir ao ser humano, mas também como lugar e meio para “louvar, reverenciar e servir o Criador”.

Sendo “criado e criativo”, o ser humano denuncia a destruição e morte da vida da natureza e dos seus irmãos, e anuncia um Reino de vida e de harmonia entre todas as criaturas.

Ele acolhe o dom da presença divina através de uma resposta oblativa e contemplativa e nunca como explorador que usa e abusa das criaturas.

É esta a “experiência mística” que brota da relação com as criaturas; mergulha-se diante da beleza da natureza até o coração do cosmos, sentindo pulsar aí uma vida maior.
Por isso a mística inaciana nos ajuda a superar as dicotomias na busca da unidade e da totalidade: ciência e mística, mundo físico e espiritual, corpo e espírito, céu e terra... tudo se encontra em profunda harmonia e em íntima intercomunicação.

Tal experiência nos propicia uma fecunda mística cósmico-ecológica. Sentimo-nos conduzidos pela força do Espírito que alimenta as energias do universo e a nossa própria energia vital e espiritual.

Pertencemos à Terra; somos filhos e filhas da Terra. O ser humano vem de húmus. Temos Terra dentro de nós: somos formados com as mesmas energias, com os mesmos elementos físico-químicos dentro da mesma rede de relações de tudo com tudo. “Somos Terra” que pensa, sente, canta, ama e abre-se ao Criador. Daqui brota uma atitude contemplativa na qual o belo, o fascinante e o diferente cativam os nossos olhos, enchem o nosso coração de “exclamação de admiração com intenso afeto, disco-rrendo por todas as criaturas...” (EE. 60)

A experiência dos Exercícios Espirituais nos possibilita, portanto, “mergulhar os pés na terra”.

É na obscuridade da terra que a planta vai buscar a força que a manterá viva, que lhe dará condição de expandir sua copa em direção à imensidão do céu. As raízes mergulham na terra de modo profundo, silencioso e lento. No “chão”, à primeira vista, estão todas as sujeiras, os detritos e as coisas em decomposição. Mas, para as raízes, tudo isso significa a origem da vida.

Na experiência espiritual nos é pedido que mergulhemos no “chão da vida”, como as raízes na obscuri-dade, na presen

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2011/04/11

4°. Dom. Quaresma

“Aquele que não se encontra com a natureza, dificilmente se encontrará consigo mesmo e com Deus”

“Pode parecer estranho que a figura de Inácio de Loyola tenha algo a nos dizer sobre ecologia.

A verdade é que a espiritualidade inaciana é muito mais integradora do que imaginamos. Inácio viveu e solidificou sua experiência de Deus de maneira unitiva, racional e afetiva. Sua relação com Deus e com a natureza se manifesta numa aplicação dos sentidos, da afetividade, como o olhar, o apalpar, o cheirar e o sentir, ajudando a interiorizar a sua experiência espiritual.

Pensar, viver e sentir os frutos espirituais só é possível numa visão de amor presente em todas as coisas. Trata-se de uma relação de amor em que não se pode separar o divino, o humano e o cósmico, pois Deus está presente em tudo e em todos” (Pe. Josafá Siqueira sj)

A experiência inaciana dos Exercícios desperta uma “atitude contemplativa” que nos impulsiona a buscar e encontrar Deus em todas as coisas da natureza e da vida humana. Para a pessoa que vive a experiência dos Exercícios, cada criatura torna-se uma revelação de Deus, uma faísca do Absoluto; tudo manifesta e revela o seu Amor; tudo pode ser lugar de encontro com o Criador.

A recomendação inaciana:“e sejam frequentemente exortados a procurar em todas as coisas a Deus nosso Senhor... amando-O em todas as coisas, e amando a todas n’Ele” (Const. 288) não significa frieza e distância da Criação, senão máximo respeito e cuidado para com as obras do Criador.
Para amar bem a todos e a tudo é preciso, antes, amar Alguém sobre todas as coisas. Pois bem, essa possibilidade é para S. Inácio fruto e manifestação da consolação divina.

Nesse sentido, a espiritualidade inaciana vai além de uma determinada experiência religiosa; ela se expressa como uma “atitude amorosa” para com a natureza e todas as criaturas.

O Universo inteiro é um imenso altar, no qual podemos contemplar a presença do Criador. A Natureza é sinfônica (harmonia de sons); estamos mergulhados num mundo formado por uma multiplicidade de notas, sons, sinais e mensagens diferentes. Formamos uma mesma realidade complexa, diversa e única. A Terra nos encanta e nos convida, constantemente, à admiração e ao cuidado.

A espiritualidade inaciana reconhece uma imanência de Deus no cosmos; há uma “divinização” do universo, enquanto Deus está presente nele. Deus está em tudo, tudo está em Deus. As criaturas existem e são sustentadas pela força criativa de Deus; Ele continua “trabalhando”, recriando, fazendo tudo novo.

A Criação, como dom recebido de Deus, situa-se no plano de uma “sacralidade” fundamental.

O Universo é um grande sacramento e se transforma no espaço e no lugar de manifestação da divin-dade. Tudo é sagrado; a Matéria é sagrada; a Natureza é espiritual, porque é Templo de Deus.
O sagrado invade todos as aspectos da vida e da criação. Todos os lugares da mãe-Terra pelos quais caminhados são “territórios sagrados”. Segundo a Bíblia, a Terra é um jardim onde Deus tem prazer em passear. E a primeira vocação do ser humano é a de ser jardineiro, pois recebeu do Criador a missão de cuidar e preservar o paraíso.

S. Inácio vê uma bondade e uma beleza presentes em todas as criaturas. O Amor se faz presença, se faz visível e se manifesta em cada detalhe da Criação. Tudo causa admiração e encantamento. Sentimos, estre-mecemos, vibramos, nos enternecemos, ficamos encantados com a Criação e sua insondável vitalidade.

“Ao ver uma planta, uma pequena erva, uma flor, uma fruta, um pequeno verme ou qualquer outro animal, S. Inácio contemplava e levantava os olhos aos céus, penetrando no mais interior e no mais remoto dos sentidos” (Pe. Ribadeneira).

S. Inácio considera Deus “habitando” nas criaturas, dando-lhes o ser, às plantas dando-lhes o cresci-mento, aos animais a sensação, aos seres humanos o entendimento (EE. 235)

Presença operativa e de amor, porque “Deus é amor”. E sendo amor, irradia vida, graça, dom...

Como tudo está ligado umbilicalmente a Deus, é a partir de Deus que encontramos o todo. Deus penetra no coração de cada coisa e cada coisa se encontra em Deus.

O horizonte da Criação, revelado pelo “Princípio e Fundamento” e pela “Contemplação para alcan-çar amor” suscita no exercitante uma atitude sabática de adoração.

De fato, na perspectiva bíblica, o ponto alto da Criação é o Sábado a partir do qual se entende a relação e a comunhão do ser humano com a natureza, numa atitude de permanente louvor (espanto, admiração diante da beleza da Criação e da presença divina que a conduz à plenitude).

O Princípio e Fundamento expressa, portanto, uma atitude espiritual ecológica.

Na Contemplação para alcançar amor, S. Inácio leva o exercitante a perceber a íntima presença de Deus na Criação. E dela decorre uma atitude de respeito, harmonia e sintonia.

As coisas, o mundo, a natureza, os outros, eu... existimos em Deus, não isoladamente, não paralelamen-te, não superpostos... “Nossa vida está escondida com Cristo em Deus”, diz S. Paulo.

Ele é o Elo que perpassa todos os seres, divinizando-os, interligando-os, favorecendo a relação, a vida, a comunhão... rumo a horizontes cada vez mais abertos.

É a partir desse pano de fundo que podemos compreender o significado da expressão “as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o ser humano...” (EE. 23).

Nesse sentido, espiritualidade inaciana, na perspectiva ecológica, se opõe ao utilitarismo e à depreda-ção da natureza. Ela não é vista como sendo uma mediação criada só para servir ao ser humano, mas também como lugar e meio para “louvar, reverenciar e servir o Criador”.

Sendo “criado e criativo”, o ser humano denuncia a destruição e morte da vida da natureza e dos seus irmãos, e anuncia um Reino de vida e de harmonia entre todas as criaturas.

Ele acolhe o dom da presença divina através de uma resposta oblativa e contemplativa e nunca como explorador que usa e abusa das criaturas.

É esta a “experiência mística” que brota da relação com as criaturas; mergulha-se diante da beleza da natureza até o coração do cosmos, sentindo pulsar aí uma vida maior.
Por isso a mística inaciana nos ajuda a superar as dicotomias na busca da unidade e da totalidade: ciência e mística, mundo físico e espiritual, corpo e espírito, céu e terra... tudo se encontra em profunda harmonia e em íntima intercomunicação.

Tal experiência nos propicia uma fecunda mística cósmico-ecológica. Sentimo-nos conduzidos pela força do Espírito que alimenta as energias do universo e a nossa própria energia vital e espiritual.

Pertencemos à Terra; somos filhos e filhas da Terra. O ser humano vem de húmus. Temos Terra dentro de nós: somos formados com as mesmas energias, com os mesmos elementos físico-químicos dentro da mesma rede de relações de tudo com tudo. “Somos Terra” que pensa, sente, canta, ama e abre-se ao Criador. Daqui brota uma atitude contemplativa na qual o belo, o fascinante e o diferente cativam os nossos olhos, enchem o nosso coração de “exclamação de admiração com intenso afeto, disco-rrendo por todas as criaturas...” (EE. 60)

A experiência dos Exercícios Espirituais nos possibilita, portanto, “mergulhar os pés na terra”.

É na obscuridade da terra que a planta vai buscar a força que a manterá viva, que lhe dará condição de expandir sua copa em direção à imensidão do céu. As raízes mergulham na terra de modo profundo, silencioso e lento. No “chão”, à primeira vista, estão todas as sujeiras, os detritos e as coisas em decomposição. Mas, para as raízes, tudo isso significa a origem da vida.

Na experiência espiritual nos é pedido que mergulhemos no “chão da vida”, como as raízes na obscuri-dade, na presen

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