Radio Católica On-line

Homens a Luz de Deus.

Aleluia! Tu é abênçoado, e a sua Graça ja estar sendo preparada por Jesus, chegará em uma boa hora, pois ele conhece o teu coração e seus problemas, ele sofre com vc, ele se alegra com vc, mais aquele seu desejo, será agora atendido, espere que um anjo trará sua Graça, apenas agradeça ao Senhor e assim que receber, fale em seu pensamento. AMEM !

2010/05/06

Ceia do Senhor


Ex 12,1-8.11-14
Sl 115(116B)
1 Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


Iniciamos o tríduo pascal com este celebração da Ceia do Senhor. O clima da última Ceia é diferente para nós que já conhecemos a unidade do mistério pascal e o clima que os apóstolos estavam vivendo sem saber o que viria depois. Um clima de alegria misturada com lágrimas. É a única festa em que cantamos o Glória e não cantamos o Aleluia.

A Igreja comemora a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Esta aparece nos evangelhos Sinóticos e na carta aos Coríntios. O evangelho de João não fala da instituição eucarística, mas faz questão de deixar claro que o lava-pés expressa o significado da Eucaristia na vida.

A Eucaristia tem as suas raízes nas festas judaicas dos pastores nômades que ofereciam a Deus as primícias do seu rebanho que se uniu depois à festa dos agricultores que, por sua vez, ofereciam a Deus os frutos da terra representados pelos pães ázimos. Estas festas serviram de base para a recordação da saída do povo de Israel do Egito, a Páscoa judaica.

É importante entender a Páscoa judaica para uma melhor compreensão da Eucaristia. O livro do êxodo relata o que aconteceu naquela noite da libertação da escravidão do Egito e o rito que até hoje os judeus celebram uma vez por ano “por todas as gerações como instituição perpétua”. Existe um sinal profético: o sacrifício do cordeiro, o sinal do sangue nas casas dos israelitas, a comida apressada e a passagem do Senhor que liberta seu Povo. O evento fundador da vida em liberdade vai se realizar na travessia do mar Vermelho, passagem da escravidão para a liberdade.

O rito instituído em perpetuidade é o que acontece uma vez por ano na celebração da Páscoa. É importante entender o que “memorial” significa para Israel. É muito mais que uma mera recordação! É uma reapresentação ao evento, de tal maneira que através do sinal o povo que celebra a Páscoa, uma vez por ano, “está presente” na passagem do Mar Vermelho.

Na última Ceia de Jesus o sinal profético com o pão e o vinho faz estar presente ao evento fundador que vai acontecer ao dia seguinte. , a morte e a ressurreição de Jesus. “Todas as vezes” que celebramos o rito eucarístico, os nossos pés teológicos sobem ao Calvário e ao túmulo do ressuscitado. “Memorial” é estarmos presentes lá em todos os tempos.

A cerimônia do Lava-pés traduz o significado da Eucaristia. A Cruz é a expressão do amor que serve; a doação até o fim; a entrega da vida por amor. Lavar os pés é um serviço de escravos assim como a cruz é a morte de escravo. Viver eucaristicamente é deixar um rastro de vida. Alimentados pelo pão e o vinho convertidos no Corpo e no Sangue de Jesus vivemos em comunhão de vida com ele; a vida de Jesus. Compreendeis o que acabo de fazer?Vós também deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Uma coisa me tocou no domingo de Ramos. Após a leitura da Paixão, na hora que nos ajoelhamos na hora da morte de Jesus, uma criança começou a chorar, quebrando o silêncio. Esse choro ressoou em mim como o choro da humanidade de todos os tempos, crianças, pobres e pecadores, que tem em Jesus a sua única esperança. O Amor morreu, e agora que será de nós? Na tarde do mesmo dia levei a comunhão a uma pessoa doente e senti como a sua fé lhe dava força e consolo para suportar as dores com a ajuda de Jesus que carrega nossos sofrimentos. Finalmente, a anoitecer um grupo celebrou o Sêder, a Páscoa judaica. Num momento da celebração os comensais misturam ervas amargas, símbolo da amargura no Egito, com um molho doce e avermelhado, harósset, da cor dos tijolos que os escravos hebreus eram obrigados a fabricar no Egito. A vida humana está feita de acontecimentos doces e amargos, sendo que a presença de Deus alivia os sofrimentos e mantém viva a esperança.

Manuel Eduardo Iglesias S.J.

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2010/05/06

Ceia do Senhor


Ex 12,1-8.11-14
Sl 115(116B)
1 Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


Iniciamos o tríduo pascal com este celebração da Ceia do Senhor. O clima da última Ceia é diferente para nós que já conhecemos a unidade do mistério pascal e o clima que os apóstolos estavam vivendo sem saber o que viria depois. Um clima de alegria misturada com lágrimas. É a única festa em que cantamos o Glória e não cantamos o Aleluia.

A Igreja comemora a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Esta aparece nos evangelhos Sinóticos e na carta aos Coríntios. O evangelho de João não fala da instituição eucarística, mas faz questão de deixar claro que o lava-pés expressa o significado da Eucaristia na vida.

A Eucaristia tem as suas raízes nas festas judaicas dos pastores nômades que ofereciam a Deus as primícias do seu rebanho que se uniu depois à festa dos agricultores que, por sua vez, ofereciam a Deus os frutos da terra representados pelos pães ázimos. Estas festas serviram de base para a recordação da saída do povo de Israel do Egito, a Páscoa judaica.

É importante entender a Páscoa judaica para uma melhor compreensão da Eucaristia. O livro do êxodo relata o que aconteceu naquela noite da libertação da escravidão do Egito e o rito que até hoje os judeus celebram uma vez por ano “por todas as gerações como instituição perpétua”. Existe um sinal profético: o sacrifício do cordeiro, o sinal do sangue nas casas dos israelitas, a comida apressada e a passagem do Senhor que liberta seu Povo. O evento fundador da vida em liberdade vai se realizar na travessia do mar Vermelho, passagem da escravidão para a liberdade.

O rito instituído em perpetuidade é o que acontece uma vez por ano na celebração da Páscoa. É importante entender o que “memorial” significa para Israel. É muito mais que uma mera recordação! É uma reapresentação ao evento, de tal maneira que através do sinal o povo que celebra a Páscoa, uma vez por ano, “está presente” na passagem do Mar Vermelho.

Na última Ceia de Jesus o sinal profético com o pão e o vinho faz estar presente ao evento fundador que vai acontecer ao dia seguinte. , a morte e a ressurreição de Jesus. “Todas as vezes” que celebramos o rito eucarístico, os nossos pés teológicos sobem ao Calvário e ao túmulo do ressuscitado. “Memorial” é estarmos presentes lá em todos os tempos.

A cerimônia do Lava-pés traduz o significado da Eucaristia. A Cruz é a expressão do amor que serve; a doação até o fim; a entrega da vida por amor. Lavar os pés é um serviço de escravos assim como a cruz é a morte de escravo. Viver eucaristicamente é deixar um rastro de vida. Alimentados pelo pão e o vinho convertidos no Corpo e no Sangue de Jesus vivemos em comunhão de vida com ele; a vida de Jesus. Compreendeis o que acabo de fazer?Vós também deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Uma coisa me tocou no domingo de Ramos. Após a leitura da Paixão, na hora que nos ajoelhamos na hora da morte de Jesus, uma criança começou a chorar, quebrando o silêncio. Esse choro ressoou em mim como o choro da humanidade de todos os tempos, crianças, pobres e pecadores, que tem em Jesus a sua única esperança. O Amor morreu, e agora que será de nós? Na tarde do mesmo dia levei a comunhão a uma pessoa doente e senti como a sua fé lhe dava força e consolo para suportar as dores com a ajuda de Jesus que carrega nossos sofrimentos. Finalmente, a anoitecer um grupo celebrou o Sêder, a Páscoa judaica. Num momento da celebração os comensais misturam ervas amargas, símbolo da amargura no Egito, com um molho doce e avermelhado, harósset, da cor dos tijolos que os escravos hebreus eram obrigados a fabricar no Egito. A vida humana está feita de acontecimentos doces e amargos, sendo que a presença de Deus alivia os sofrimentos e mantém viva a esperança.

Manuel Eduardo Iglesias S.J.

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