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Homens a Luz de Deus.
Aleluia! Tu é abênçoado, e a sua Graça ja estar sendo preparada por Jesus, chegará em uma boa hora, pois ele conhece o teu coração e seus problemas, ele sofre com vc, ele se alegra com vc, mais aquele seu desejo, será agora atendido, espere que um anjo trará sua Graça, apenas agradeça ao Senhor e assim que receber, fale em seu pensamento. AMEM !
2009/09/28
Sacerdote: chamado, consagrado e enviado
Sacerdote: chamado, consagrado e enviado
16/09/2009 por Everth Queiroz Oliveira
[Aproveitando o contexto do Ano Sacerdotal publico aqui as palavras do Santo Papa João Paulo II em sua viagem ao Brasil no ano de 1980 durante uma missa na cidade maravilhosa. Ele fala sobre três aspectos importantes do sacerdócio: que ele é um ministério que reflete o chamado de Deus, a consagração do sacerdote e o seu envio missionário. São reflexões importantes sobre o sacerdócio: dica para os sacerdotes nesse ano dedicado especialmente a eles. Que Deus se digne conceder ao clero católico no mundo inteiro uma conversão frutuosa, que seja fonte de crescimento espiritual para o povo de Deus. Boa leitura!]
Trecho da homilia do Papa João Paulo II em Viagem Apostólica ao Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 1980
Fonte: Vaticano
(…)
2. “Quem sou eu? Que se requer de mim? Qual é a minha identidade?”. É esta a pergunta ansiosa que mais frequentemente se põe hoje o sacerdote, certamente não a salvo dos contra choques da crise de transformação que abala o mundo.
Vós, caríssimos filhos, não sentis certamente a necessidade de fazer-vos estas perguntas. A luz que hoje vos invade vos dá uma certeza quase sensível daquilo que sois, daquilo a que fostes chamados. Mas pode acontecer que encontreis, amanhã, irmãos no sacerdócio, que, em meio à incerteza, se interrogam sobre a própria identidade. Pode acontecer que, adormecido e distante o primeiro fervor, chegueis também vós, um dia, a vos interrogar. Por isso, eu gostaria de propor-vos algumas reflexões sobre a verdadeira fisionomia do sacerdote, que servissem de poderoso auxílio para a vossa fidelidade sacerdotal.
Não é decerto nas ciências do comportamento inumano, nem nas estatísticas sócio-religiosas que procuraremos a nossa resposta, mas sim, em Cristo, na Fé. Interrogaremos humildemente o Divino Mestre e perguntaremos a Ele quem somos nós, como Ele quer que sejamos, qual é, diante d’Ele, a nossa verdadeira identidade.
3. Uma primeira resposta nos é dada imediatamente: somos chamados. A história do nosso sacerdócio começa por um chamamento divino, como aconteceu com os Apóstolos. Na escolha deles, é manifesta a intenção de Jesus. É Ele quem toma a iniciativa. Ele mesmo o fará notar: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15, 16). As cenas simples e enternecedoras que nos apresentam o chamado de cada discípulo revelam a atuação precisa de escolhas determinadas (cf. Lc 6, 13), sobre as quais é útil meditar.
Quem escolhe Ele? Não parece que Ele considere a classe social dos seus eleitos (cf. Mt 8, 19-22), nem que conte com entusiasmos superficiais. Uma coisa é certa: somos chamados por Cristo, por Deus. O que quer dizer, somos amados por Cristo, amados por Deus. Pensamos nisto bastante? Na realidade, a vocação ao sacerdócio é um sinal de predileção da parte d’Aquele que, escolhendo-vos entre tantos irmãos, vos chamou a participar, de um modo todo especial, da sua amizade: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que fez o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15, 15). O nosso chamamento ao Sacerdócio, assinalando o momento mais alto no uso da nossa liberdade, provocou a grande e irrevogável opção da nossa vida e, portento, a página mais bela na história da nossa experiência inumana. Nossa felicidade consiste em não depreciá-la jamais!
4. Com o rito da Sagrada Ordenação sereis introduzidos, filhos caríssimos, em um novo gênero de vida, que vos separa de tudo e vos une a Cristo com um vínculo original, inefável, irreversível. Assim, a vossa identidade se enriquece com uma outra nota: sois consagrados.
Esta missão do Sacerdócio não é um simples título jurídico. Não consiste apenas num serviço eclesial prestado à comunidade, delegado por ela, e por isso revogável pela mesma comunidade ou renunciável por livre escolha do “funcionário”. Trata-se, ao contrário, de uma real e íntima transformação por que passou o vosso organismo sobrenatural por obra de um “sinete” divino, o “caráter”, que vos inabilita a agir “in persona Christi” (nas vezes de Cristo), e por isso vos qualifica em relação a Ele como instrumentos vivos da sua ação.
Compreendeis agora como o sacerdote se torna um “segregatus in Evangelium Dei” (escolhido para anunciar o Evangelho de Deus) (cf. Rm 1,1), não pertence mais ao mundo, mas se acha doravante num estado de exclusiva propriedade do Senhor. O caráter sagrado o atinge em tal profundidade que orienta integralmente todo o seu ser e o seu agir para uma destinação sacerdotal. De modo que não resta nele mais nada de que possa dispor como se não fosse sacerdote, ou, menos ainda, como se estivesse em contraste com tal dignidade. Ainda quando realiza ações que, por sua natureza são de ordem temporal, o sacerdote é sempre o ministro de Deus. Nele, tudo, mesmo o profano, deve tornar-se “sacerdotalizado”, como em Jesus, que sempre foi sacerdote, sempre agiu como sacerdote, em todas as manifestações de sua vida.
Jesus nos identifica de tal modo consigo no exercício dos poderes que nos conferiu, que a nossa personalidade como que desaparece diante da sua, já que é Ele quem age por meio de nós. “Pelo Sacramento da Ordem disse alguém com justeza, o sacerdote se torna efetivamente idôneo a emprestar a Jesus nosso Senhor a voz, as mãos e todo o seu ser. É Jesus quem, na Santa Missa, com as palavras da consagração, muda a substância do pão e do vinho na do seu corpo e do seu sangue” (cf. I. Escrivà de Balaguer, Sacerdote per l’eternità, Milano 1975, p. 30). E podemos continuar. É o próprio Jesus quem, no Sacramento da Penitência, pronuncia a palavra autorizada e paterna: “Os teus pecados te são perdoados” (Mt 9, 2; Lc 5, 20; 7, 48; cf. Jo 20, 23). É Ele quem fala quando o sacerdote, exercendo o seu ministério em nome e no espírito da Igreja, enuncia a palavra de Deus. É o próprio Cristo quem tem cuidado dos enfermos, das crianças e dos pecadores, quando os envolve o amor e a solicitude pastoral dos ministros sagrados.
Como vedes, encontramo-nos aqui nas culminâncias do sacerdócio de Cristo, do qual nós somos partícipes, e que fazia o autor da Carta aos Hebreus exclamar: “… grandis sermo et ininterpretabilis ad dicendum” (teríamos muitas coisas a dizer sobre isso, e coisas difíceis de explicar) (Hb 5, 11).
A expressão “Sacerdos alter Christus” (o Sacerdote é um outro Cristo), criada pela intuição do povo cristão, não é um simples modo de dizer, uma metáfora, mas sim, uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade.
5. Este dom do Sacerdócio, lembrai-vos sempre disto, é um prodígio que foi realizado em vós mas não para vós. Ele o foi para a Igreja, o que quer dizer, para o mundo a ser salvo. A dimensão sagrada do sacerdócio é totalmente ordenada à dimensão apostólica, isto é, à missão, ao ministério pastoral. “Como o Pai me enviou, assim Eu vos envio” (Jo 20,21).
O sacerdote é, portanto, um enviado. Eis uma nova conotação essencial da identidade sacerdotal.
O sacerdote é o homem da comunidade, ligado de forma total e irrevogável ao seu serviço, como o Concílio o ilustrou claramente (cf. Presbyterorum Ordinis, 12). Sob este aspecto, vós sois destinados ao cumprimento de uma dupla função, que bastaria, ela só, para uma infindável meditação sobre o Sacerdócio. Revestindo a pessoa de Cristo, exercitareis de alguma forma a sua função de mediador. Sereis intérpretes da palavra de Deus, dispensadores dos mistérios divinos junto ao povo (cf. 1Cor 4, 1; 2Cor 6, 4). E sereis, junto de Deus, os representantes do povo em todos os seus componentes: as crianças, os jovens, as famílias, os trabalhadores, os pobres, os pequenos, os doentes, e até mesmo os distantes e os adversários. Sereis os portadores das suas ofertas. Sereis a sua voz orante e suplicante, exultante e gemente. Sereis a sua expiação (cf. 2Cor 5, 21).
Levemos por isso gravada na memória e no coração a palavra do Apóstolo: “Pro Christo legatione fungimur, tamquam Deo exhortante per nos” (Somos embaixadores de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós) (2Cor 5, 20), para fazer de nossa vide uma íntima, progressiva e firme imitação de Cristo Redentor.
(Papa João Paulo II, Homilia em Viagem Apostólica no Brasil, 2 de julho de 1980)
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2009/09/28
Sacerdote: chamado, consagrado e enviado
Sacerdote: chamado, consagrado e enviado
16/09/2009 por Everth Queiroz Oliveira
[Aproveitando o contexto do Ano Sacerdotal publico aqui as palavras do Santo Papa João Paulo II em sua viagem ao Brasil no ano de 1980 durante uma missa na cidade maravilhosa. Ele fala sobre três aspectos importantes do sacerdócio: que ele é um ministério que reflete o chamado de Deus, a consagração do sacerdote e o seu envio missionário. São reflexões importantes sobre o sacerdócio: dica para os sacerdotes nesse ano dedicado especialmente a eles. Que Deus se digne conceder ao clero católico no mundo inteiro uma conversão frutuosa, que seja fonte de crescimento espiritual para o povo de Deus. Boa leitura!]
Trecho da homilia do Papa João Paulo II em Viagem Apostólica ao Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 1980
Fonte: Vaticano
(…)
2. “Quem sou eu? Que se requer de mim? Qual é a minha identidade?”. É esta a pergunta ansiosa que mais frequentemente se põe hoje o sacerdote, certamente não a salvo dos contra choques da crise de transformação que abala o mundo.
Vós, caríssimos filhos, não sentis certamente a necessidade de fazer-vos estas perguntas. A luz que hoje vos invade vos dá uma certeza quase sensível daquilo que sois, daquilo a que fostes chamados. Mas pode acontecer que encontreis, amanhã, irmãos no sacerdócio, que, em meio à incerteza, se interrogam sobre a própria identidade. Pode acontecer que, adormecido e distante o primeiro fervor, chegueis também vós, um dia, a vos interrogar. Por isso, eu gostaria de propor-vos algumas reflexões sobre a verdadeira fisionomia do sacerdote, que servissem de poderoso auxílio para a vossa fidelidade sacerdotal.
Não é decerto nas ciências do comportamento inumano, nem nas estatísticas sócio-religiosas que procuraremos a nossa resposta, mas sim, em Cristo, na Fé. Interrogaremos humildemente o Divino Mestre e perguntaremos a Ele quem somos nós, como Ele quer que sejamos, qual é, diante d’Ele, a nossa verdadeira identidade.
3. Uma primeira resposta nos é dada imediatamente: somos chamados. A história do nosso sacerdócio começa por um chamamento divino, como aconteceu com os Apóstolos. Na escolha deles, é manifesta a intenção de Jesus. É Ele quem toma a iniciativa. Ele mesmo o fará notar: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15, 16). As cenas simples e enternecedoras que nos apresentam o chamado de cada discípulo revelam a atuação precisa de escolhas determinadas (cf. Lc 6, 13), sobre as quais é útil meditar.
Quem escolhe Ele? Não parece que Ele considere a classe social dos seus eleitos (cf. Mt 8, 19-22), nem que conte com entusiasmos superficiais. Uma coisa é certa: somos chamados por Cristo, por Deus. O que quer dizer, somos amados por Cristo, amados por Deus. Pensamos nisto bastante? Na realidade, a vocação ao sacerdócio é um sinal de predileção da parte d’Aquele que, escolhendo-vos entre tantos irmãos, vos chamou a participar, de um modo todo especial, da sua amizade: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que fez o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15, 15). O nosso chamamento ao Sacerdócio, assinalando o momento mais alto no uso da nossa liberdade, provocou a grande e irrevogável opção da nossa vida e, portento, a página mais bela na história da nossa experiência inumana. Nossa felicidade consiste em não depreciá-la jamais!
4. Com o rito da Sagrada Ordenação sereis introduzidos, filhos caríssimos, em um novo gênero de vida, que vos separa de tudo e vos une a Cristo com um vínculo original, inefável, irreversível. Assim, a vossa identidade se enriquece com uma outra nota: sois consagrados.
Esta missão do Sacerdócio não é um simples título jurídico. Não consiste apenas num serviço eclesial prestado à comunidade, delegado por ela, e por isso revogável pela mesma comunidade ou renunciável por livre escolha do “funcionário”. Trata-se, ao contrário, de uma real e íntima transformação por que passou o vosso organismo sobrenatural por obra de um “sinete” divino, o “caráter”, que vos inabilita a agir “in persona Christi” (nas vezes de Cristo), e por isso vos qualifica em relação a Ele como instrumentos vivos da sua ação.
Compreendeis agora como o sacerdote se torna um “segregatus in Evangelium Dei” (escolhido para anunciar o Evangelho de Deus) (cf. Rm 1,1), não pertence mais ao mundo, mas se acha doravante num estado de exclusiva propriedade do Senhor. O caráter sagrado o atinge em tal profundidade que orienta integralmente todo o seu ser e o seu agir para uma destinação sacerdotal. De modo que não resta nele mais nada de que possa dispor como se não fosse sacerdote, ou, menos ainda, como se estivesse em contraste com tal dignidade. Ainda quando realiza ações que, por sua natureza são de ordem temporal, o sacerdote é sempre o ministro de Deus. Nele, tudo, mesmo o profano, deve tornar-se “sacerdotalizado”, como em Jesus, que sempre foi sacerdote, sempre agiu como sacerdote, em todas as manifestações de sua vida.
Jesus nos identifica de tal modo consigo no exercício dos poderes que nos conferiu, que a nossa personalidade como que desaparece diante da sua, já que é Ele quem age por meio de nós. “Pelo Sacramento da Ordem disse alguém com justeza, o sacerdote se torna efetivamente idôneo a emprestar a Jesus nosso Senhor a voz, as mãos e todo o seu ser. É Jesus quem, na Santa Missa, com as palavras da consagração, muda a substância do pão e do vinho na do seu corpo e do seu sangue” (cf. I. Escrivà de Balaguer, Sacerdote per l’eternità, Milano 1975, p. 30). E podemos continuar. É o próprio Jesus quem, no Sacramento da Penitência, pronuncia a palavra autorizada e paterna: “Os teus pecados te são perdoados” (Mt 9, 2; Lc 5, 20; 7, 48; cf. Jo 20, 23). É Ele quem fala quando o sacerdote, exercendo o seu ministério em nome e no espírito da Igreja, enuncia a palavra de Deus. É o próprio Cristo quem tem cuidado dos enfermos, das crianças e dos pecadores, quando os envolve o amor e a solicitude pastoral dos ministros sagrados.
Como vedes, encontramo-nos aqui nas culminâncias do sacerdócio de Cristo, do qual nós somos partícipes, e que fazia o autor da Carta aos Hebreus exclamar: “… grandis sermo et ininterpretabilis ad dicendum” (teríamos muitas coisas a dizer sobre isso, e coisas difíceis de explicar) (Hb 5, 11).
A expressão “Sacerdos alter Christus” (o Sacerdote é um outro Cristo), criada pela intuição do povo cristão, não é um simples modo de dizer, uma metáfora, mas sim, uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade.
5. Este dom do Sacerdócio, lembrai-vos sempre disto, é um prodígio que foi realizado em vós mas não para vós. Ele o foi para a Igreja, o que quer dizer, para o mundo a ser salvo. A dimensão sagrada do sacerdócio é totalmente ordenada à dimensão apostólica, isto é, à missão, ao ministério pastoral. “Como o Pai me enviou, assim Eu vos envio” (Jo 20,21).
O sacerdote é, portanto, um enviado. Eis uma nova conotação essencial da identidade sacerdotal.
O sacerdote é o homem da comunidade, ligado de forma total e irrevogável ao seu serviço, como o Concílio o ilustrou claramente (cf. Presbyterorum Ordinis, 12). Sob este aspecto, vós sois destinados ao cumprimento de uma dupla função, que bastaria, ela só, para uma infindável meditação sobre o Sacerdócio. Revestindo a pessoa de Cristo, exercitareis de alguma forma a sua função de mediador. Sereis intérpretes da palavra de Deus, dispensadores dos mistérios divinos junto ao povo (cf. 1Cor 4, 1; 2Cor 6, 4). E sereis, junto de Deus, os representantes do povo em todos os seus componentes: as crianças, os jovens, as famílias, os trabalhadores, os pobres, os pequenos, os doentes, e até mesmo os distantes e os adversários. Sereis os portadores das suas ofertas. Sereis a sua voz orante e suplicante, exultante e gemente. Sereis a sua expiação (cf. 2Cor 5, 21).
Levemos por isso gravada na memória e no coração a palavra do Apóstolo: “Pro Christo legatione fungimur, tamquam Deo exhortante per nos” (Somos embaixadores de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós) (2Cor 5, 20), para fazer de nossa vide uma íntima, progressiva e firme imitação de Cristo Redentor.
(Papa João Paulo II, Homilia em Viagem Apostólica no Brasil, 2 de julho de 1980)
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